Sigmund Freud (1896-1980)

Freud nasceu em Freiberg, na Morávia. O pai era comerciante e Freud foi o primeiro dos oito filhos do seu segundo casamento.

Formou-se em -medicina, na Universidade de Viena, em 1881, tendo-se especializado em Neurologia. As dificuldades em prosseguir uma carreira académica, devido ao facto de ser judeu e ter de sustentar uma familia numerosa, levaram-no a exercer clínoca privada como psiquiatra.

Estudou durante um ano (1885-86) em Paris, no Hospital La Salpêtrière, com o professor Jean Charcot. Este psiquiatra utilizava a hipnose no tratamento de perturbações nervosas, especialmente a histeria. Charcot recusava as explicações dominates para esta perturbação; a histeria não era especificamente feminina e não tinha uma causa orgânica.

São os trabalhos e as experiências desenvolvidas com Charcot que vão fazer nascer a ideia de que existiria um pensamento separado da consciência.

Contudo, foi com Breuer, que utilizou a hipnose como terapia, que Freud aprofundou os seus conhecimentos, publicando, em conjunto, estudos sobre histeria. Ambos consideravam que esta doença era provocada pela retenção, no inconsciente do doente, de lembranças traumáticas. Dado o seu carácter penoso, estas recordações são reprimidas, não se podendo exprimir. A energia bloqueada manifesta-se em vários sintomas fisicos como paralesias, cegueira, perdas de memória, da fala. Durante o sono hipnótico os doentes encontravam a origem das suas perturbações e os sintomas desapareciam. Por essa razão Breuer chamou a este método "Catártico", isto é, Purificador.

Em 1896, Freud abandonou o trabalho conjunto com Breuer por duas razões: considerava a hipnose um método limitado, com resultados pouco duráveis; por outro lado, Breuer não aceitava a concepção de Freud, para quem a histeria tinha origem sexual. Foi precisamente no ano de ruptura com Breuer que Freud utilizou pela primeira vez, num artigo que publicou, o termo psicanálise. Vai desenvolver sozinho as suas concepções que irão constituir os fundamentos da teoria psicanalítica.

Em 1900, publicou a sua primeira grande obra: "A Interpretação dos Sonhos. Progressivamente as suas concepções tornavam-se conhecidas no meio ciêntifico, tendo sido, em muitos casos, objecto de violentos ataques.

Sigmund Freud dividiu-se em múltiplas actividades: deu aulas, proferiu conferências, consultou os seus doentes, registou as suas experiências e concepções. Aliás, o seu trabalho cliníco forneceu-lhe muitos elementos para a construção da sua teoria. Outra fonte de informação e de dados resultava da análise que fazia de si próprio, desde 1897 até à data da sua morte.

Apesar de os Nazis terem ocupado Viena, Freud recusou-se a abandonar a cidade. Contudo, pressionado pelos amigos, preocupados com a sua segurança e a da sua familia, fixou-se em Londres, acompanhado pela sua filha Anna. Morreu com 83 anos, vitima de cancro no maxilar.

A sua obra é muito vasta, encontrando-se organizada em 24 volumes que abordam os mais variados temas: as técnicas da psicanálise, a psicanálise aplicada às ciências sociais, os fundamentos teóricos da psicanálise, etc.

Poderemos destacar alguns dos títulos mais importantes:

Psicopatologia da Vida Quotidiana; Três Ensaios Sobre a Sexualidade; Cinco Lições Sobre a Psicanálise; A Minha Vida e a Psicanálise; Totem e Tabu.

Para mais informações visite também https://www.freud.org.uk/