A família e o desenvolvimento do adulto

À medida que o indivíduo vai crescendo, a sua forma de encarar o mundo vai mudando, assim como as suas preocupações.  Nesta fase, na idade adulta, as suas principais preocupações são:

  • Casamento
  • Paternidade/Maternidade

Nos dias de hoje os valores da família e do casamento são encarados de uma forma diferente. Um dos principais sinais da mudança desses valores é o número crescente de divórcios. O divórcio é uma realidade muito presente na actualidade, há uma necessidade crescente de trabalho por parte do casal, uma preocupação de manter o casamento.

A relação conjugal "é a única relação em que conceitos como ser educado, normal, não agressivo não têm qualquer sentido. Cada dois criam as suas regras de relação que muitas vezes são difíceis de compreender para quem está de fora"

(Gameiro, 1999:99).

 

 

No casamento, ambos os parceiros mudam ou evoluem com os anos, geralmente em diferentes ritmos, e não necessariamente em direcções complementares, podendo surgir a necessidade de separação.

 

Assim, diante de um casamento não satisfatório, começam a surgir inúmeros problemas no convívio e no relacionamento, que chamamos de desajustes conjugais. Ocorrendo a separação, ambos os ex-parceiros , independente de quem tenha tomado a iniciativa, passam por um período de sofrimento em decorrência da perda da relação, por pior que essa estivesse no período imediatamente anterior ao divórcio.

O divórcio, quando ocorre, ou quando sua possibilidade se torna real na vida dos casados, é uma das mais importantes crises da vida do adulto.

Muitos dos casais recorrerem a terapias, numa tentativa de salvar o casamento. A terapia conjugal é uma das mais procuradas por casais cujo casamento não corre da maneira esperada. A meta principal da terapia conjugal é favorecer o desenvolvimento de comportamentos que conduzam a um melhor relacionamento interpessoal. Para tal, é necessário procurar a história individual e familiar dos cônjuges e a história do relacionamento conjugal. A partir do conhecimento das preferências, dos desejos, dos sonhos e das necessidades individuais e do casal, podem ser traçados objectivos comuns para os parceiros, que irão se engajar de forma mais satisfatória em seu relacionamento.

Outra das grandes mudanças desta etapa da vida do individuo é a chamada do relógio biológico. Nesta altura surge a vontade de ser mãe/pai, há um aumento da intimidade/sexualidade entre o casal, que prepara a relação para o passo seguinte. 

 

A gravidez é uma fase única e especial. É um momento de crescimento e de crise, que pode ser bastante enriquecedor, e que implica fortes mudanças físicas e psicológicas. A gravidez é um acontecimento que põe à prova a saúde psicológica da mulher (e do homem), implicando alguma instabilidade emocional, com alterações do humor, dos sentimentos e do comportamento.

 


Também nesta área, as coisas têm mudado muito ao longo dos anos, antigamente era comum ver as mães preocupadas quase que exclusivamente com a questão da maternidade e os pais preocupados com o sustento da família. Porém nos dias de hoje, com a crescente integração da mulher no mundo do trabalho as coisas têm-se tornado diferentes, a mãe também já se preocupa com o seu trabalho e em promover o bem-estar económico da família.

 

Este assunto, ainda acaba por ser, por vezes, um motivo de discórdia entre o casal, e que contribui muitas das vezes para a sua separação. Neste caso gera-se um novo problema relacionado com as famílias monoparentais.

 

Nos últimos anos tem aumentado significativamente o número de famílias monoparentais. As razões que estão por detrás desta realidade são de índole diversa ― uma maternidade ou paternidade solteira, o divórcio civil, a nulidade canónica da união anterior, uma violação, ou outras; mas o facto significa, em qualquer caso, uma deficiência no quadro familiar. Desde logo, a falta da imagem do pai ou da mãe como figura de referência pode constituir, para a

educação da criança, uma grave lacuna. Frequentemente, essa lacuna tem consequências posteriores mais ou menos graves, quer ao nível do equilibrado desenvolvimento pessoal, quer ao nível do aproveitamento escolar e da formação em geral, quer ao nível da capacidade de integração e de relação social.

Estudos recentes confirmam esta situação e mostram que Portugal é um dos países em que os pais de famílias monoparentais mais trabalham a tempo inteiro, o que os leva a recorrer mais a serviços de guarda das crianças, gerando neles sentimentos de culpa e falta de tempo para uma adequada interacção com os filhos. O recurso a familiares (avós, por exemplo) tem a vantagem de representar alguma estabilidade e de não ser pago.

 

 

 

 

 

Nota: Para uma melhor visualização dos quadros aqui apresentados, consultar os slides que se encontram na coluna da esquerda (PD_7)