Desenvolvimento da personalidade
Conceito de personalidade:
O conceito de personalidade designa o conjunto de padrões diferenciados de comportamentos, pensamentos, atitudes e emoções, relativamente estáveis.
A personalidade apresenta um carácter de continuidade, não é especificamente construída numa fase concreta da vida, constrói-se ao longo de toda a vida do Homem. A personalidade torna-nos únicos e diferentes de todos os outros, constituindo-se assim, como base que permite prever, até certo ponto, comportamentos futuros.
A personalidade é um conceito dinâmico e global que envolve a totalidade da pessoa.
Factores que influenciam a personalidade:
- Influências hereditárias: características fisiológicas e morfológicas que permitem distinguir todas as pessoas, a própria condição física, todos os traços que herdamos geneticamente, dos progenitores, influência a maneira como nos vemos, a nossa auto-estima, o modo como nos relacionamos com os outros, ou seja, influência a nossa personalidade.
- Meio social: a personalidade é formada no processo de socialização, e na consequente interiorização de normas, valores, ideias e padrões de comportamento.
- Experiencias pessoais: as experiências pessoais, abrangem as vivencias de cada um influenciando a sua personalidade. Assim, os acontecimentos, as experiencias vividas – positivas ou negativas – afectam a personalidade ao longo de toda a vida.
Teorias da personalidade:
- Teoria psicanalítica:
A psicanálise é um corpo teórico, explicativo da estrutura psíquica da vida, mental e afectiva, e é um processo terapêutico das perturbações da personalidade.
A personalidade é orientada por forças pulsionais, marcadas pelo inconsciente e por uma grande importância á infância e ás relações de objecto.
A vida psíquica não decorre de uma forma lógica, controlada e previsível. É antes caracterizada por um dinamismo resultante de forças antagónicas que chocam e digladiam.
Para Freud são princípios fundamentais que regem a vida psíquica: o princípio do prazer e da realidade, bem como as pulsões de vida e de morte.
- Princípio do prazer: visa a realização imediata dos desejos, rege o inconsciente, o id. Entra em conflito com o ego, dominado pelo princípio da realidade, uma vez que, o indivíduo tem de lutar pela satisfação pessoal.
- Princípio da realidade: domina a vida consciente e corresponde á necessidade de adaptação ao real. Visa um comportamento controlado e adequado ao meio. O ego vais avaliar quais as pulsões do id que podem ou não ser satisfeitas.
O superego vai impor ao ego valores morais e socioculturais, que podem levar a sentimentos de culpabilidade, orgulho ou bem-estar.
- Pulsões de vida – Eros: agrupam as pulsões de auto-conservação, que visam a manutenção do indivíduo e as pulsões sexuais.
- Pulsões de morte – Thanatos: as pulsões de morte ou destrutivas, que explicariam as tendências agressivas ou de ausência total de tensões.
A personalidade é frequentemente determinada pelos impulsos sexuais e centrada no desenvolvimento psicossexual.
O desenvolvimento psicossexual, faz-se através dos vários estádios, que correspondem à prevalência de diferentes zonas erógenas. Os entraves à satisfação pulsional podem levar à fixação, isto é, uma parte da energia pulsional fica bloqueada, presa em determinado estádio de desenvolvimento.
As características da personalidade de cada indivíduo resultariam, em grande parte, das características inatas, das relações de objecto, das formas de resolução de conflitos intra-psiquicos e dos mecanismos de defesa do ego.