Experiência precoce

Com a evolução da sociedade evoluiu também a forma de pensar de muitas pessoas de entre as quais educadores, que hoje em dia acreditam mais do que nunca que crianças com necessidades especiais devem ser tratadas de igual forma, e ter acesso aos mesmos privilégios escolares que todas as outras crianças.

As origens mais frequentes para os problemas de aprendizagem são:

  • Atraso mental
  • Perturbação de atenção
  • Dificuldades de aprendizagem

 

Atraso mental: O atraso mental consiste na capacidade mental inferior à normal que existe desde o nascimento ou surge nos primeiros anos de infância.

As pessoas com atraso mental têm um desenvolvimento intelectual inferior ao normal, dificuldades de aprendizagem e de inserção social. Cerca de 3 % da população sofre de atraso mental.

 A inteligência está condicionada tanto pela herança genética como pelo meio ambiente. Desconhece-se a causa do atraso mental na maior parte dos casos, mas existem muitos factores durante a gravidez que podem causar ou contribuir para o atraso mental de uma criança. Os mais frequentes são o uso de certos medicamentos, o consumo excessivo de álcool, os tratamentos com radiação, a desnutrição e certas infecções virais. As anomalias cromossómicas, como o síndrome de Down, são uma causa frequente de atraso mental. Várias anomalias hereditárias podem também ser responsáveis pelo atraso mental.

Perturbação por défice de atenção com hiperactividade:  as crianças com este problema apresentam um padrão comportamental caracterizado, essencialmente, por um excesso de actividade (hiperactividade) ou de impulsividade e por uma persistente falta de atenção, desproporcionais à fase do desenvolvimento em que as mesmas se encontram. Estes comportamentos poderão manifestar-se nos primeiros anos de vida e persistir pela adolescência e mesmo na idade adulta.

A PHDA é muito frequente na infância, atingindo, de acordo com os mais recentes estudos, cerca de 4-6% da população das escolas primárias. Esta perturbação é, segundo a maioria dos autores, seis vezes mais frequente no sexo masculino do que no sexo feminino.

 Uma das principais características da PHDA é a falta de atenção, expressa por alguns dos seguintes comportamentos:

  • não prestam atenção aos detalhes;
  • cometem erros na escola ou em outras actividades por desatenção ou descuido;
  • têm dificuldade em manter a atenção durante as tarefas ou jogos;
  • não seguem instruções e não terminam os trabalhos escolares, as tarefas caseiras ou os deveres profissionais (a causa não é um comportamento opositivo ou a incompreensão das instruções);
  • poderão ter uma manifesta dificuldade na organização de tarefas e de actividades;
  • frequentemente, evitam, não gostam ou são relutantes em iniciar tarefas que requeiram concentração (como trabalhos escolares, em casa ou na escola);
  •  muitas vezes, perdem objectos importantes ou imprescindíveis a um adequado desempenho em tarefas ou em jogos (brinquedos, livros, material escolar, etc);
  • distraem-se facilmente com estímulos desinteressantes e irrelevantes.

 

Outro grupo de manifestações está relacionado com a hiperactividade:

  • mexem as mãos e os pés e não se mantêm sentados, frequentemente, levantam-se na sala de aula ou em outras situações em que é exigida a posição de sentado;
  • correm, saltam e trepam de uma forma excessiva, em situações inapropriadas;
  • frequentemente, têm dificuldade em participar em jogos ou em actividades de uma forma calma;
  • parecem ter uma energia inesgotável e estão sempre na disposição de mudar.

O terceiro grupo de manifestações enquadra-se naquilo a que se convencionou chamar de impulsividade:

  • facultam respostas a perguntas que não foram completadas;
  • podem ter dificuldade em esperar pela sua vez;
  • frequentemente, interrompem ou intrometem-se nas actividades dos outros.

Dificuldades de Aprendizagem: São alunos que apresentam uma discrepância entre o seu potencial estimado de aprendizagem e as suas realizações. São alunos com uma inteligência normal, mas que apresentam algumas dificuldades na vida académica.

Mostram-se:

  • Distraídos
  • Muito activos
  • Esquecidos
  • Tagarelas

Apresentam problemas :

  • Ao nível da leitura
  • Ao nível da escrita
  • Ao nível da matemática

 As principais problemáticas associadas às dificuldades de aprendizagem são:

  • Dislexia: Não têm dificuldade em compreender e utilizar a linguagem. O seu problema centra-se na codificação fonológica (fonética verbal) que os faz por norma errar na soletração, leitura e/ou escrita - isto é quando têm de transformar letras ou palavras num código verbal.
  • Disgrafia: disfuncionalidade da escrita, irregularidade no tamanho, forma, inclinação, traçado, espaçamento e ligações entre letras.
  • Disortografia: perturbação específica da escrita que altera a transmissão do código linguístico ao nível dos fonemas, dos grafemas, da associação correcta entre estes e regras de ortografia.
  • Discalculia: dificuldades na simbolização dos números e na habilidade de calcular. Vão desde a incapacidade de reconhecer um número, dificuldade para efectuar operações aritméticas, dificuldades em compreender o mecanismo da numeração, reter vocabulário matemático, realizar cálculos mentais, realizar as operações básicas e ordenar e sequencializar números.

Porém os problemas não surgem só em casos de défice, a sobredotação é um problema que também requer especial atenção por parte dos educandos e dos educadores.

 

Mas então o que é um sobredotado? Um behaviorista teria todo o prazer em replicar "um indivíduo cujo Q.I. seja superior a 130", o que seria extremamente prático e acabaria duma assentada com este artigo. Olhando para a teoria das inteligências múltiplas, esta abordagem afigura-se impraticável. A tentação de manter quantificações mantém-se, embora de forma mais razoável: numa escala de 1 a 6, temos as pessoas de inteligência considerada média, que seria previsível para o seu contexto sócio-cultural e etário, no nível 3. No nível 4 encontramos os "muito inteligentes", constituindo os 5% intelectualmente superiores. No nível 5 situam-se os sobredotados, cuja definição global mais aceite é aquele que tem alguma destas capacidades muito desenvolvidas: habilidade intelectual geral, talento académico, habilidades de pensamento criativo e produtivo, liderança, artes visuais e cénicas, bem como psicomotoras, em suma, que se destaque num (ou mais) dos talentos de Gardner. Finalmente, no nível 6, encontram-se indivíduos profundamente sobredotados ou génios. Este nível é altamente controverso uma vez que a genialidade de um indivíduo será dificilmente avaliada através dum teste, mas sim por provas dadas. Citando Immanuel Kant, "esse nome […] não [se dá] àquele que conhece e sabe muito; e não se dá ao artista que imita apenas, mas àquele que é capaz de produzir a sua obra com originalidade". Assim, a memória assume um papel secundário no panorama das aptidões intelectuais. Caso contrário, um processador com uma base de dados extensa acerca de todas as áreas do conhecimento seria imensamente inteligente.

Facilmente a sobredotação pode converter-se num fardo e um sobredotado será sem dúvida um indivíduo que necessita de apoio. Para esse fim, criaram-se instituições como o Instituto da Inteligência, sediado na cidade do Porto e dirigido pelo neuropsicólogo Nelson Silva Lima, doutorado em Investigação Psicológica. Entre as suas actividades principais, encontram-se "exames de neuropsicologia, orientação académica e vocacional, formação de professores e outros especialistas", investindo também em áreas tão avant-garde como o neuromarketing.

É muito importante o desenvolvimento e a estimulação precoce.
O crescimento intelectual sofre uma aceleração negativa, ou seja, devemos estimular antes dos 5 anos, pois, a partir desta idade, temos tendência a estabilizar, mas não significa que estejamos a regredir.