Controvérsia Hereditariedade vs. Meio
Antes de falar sobre a hereditariedade, é de extrema importância saber algumas definições relacionadas com a transmissão genética:
- Cromossoma: Local onde se encontra a informação biológica dos traços e características do indivíduo;
- Gene: Fracção do DNA que contém a informação genética e que desempenha um papel fundamental na transmissão dos caracteres hereditários;
- ADN: Molécula que se encontra nos genes e contém a informação biológica do individuo.
A Hereditariedade Humana apresenta inúmeras limitações pelo que, no seu estudo, os geneticistas recorrem a outros métodos que complementem as informações, tais como:
- estudo das árvores genealógicas;
- estudo dos gémeos monozigóticos;
- análise do ADN.
Os gémeos monozigóticos são alvo de estudo por parte dos geneticistas porque, como são gémeos verdadeiros, isto é, que resultam da divisão do mesmo ovo, têm o mesmo património genético. Já os gémeos dizigóticos, são gémeos falsos, ou seja, resultam da fecundação de dois ovos diferentes, logo têm uma constituição genética diferente.
Quando se fala de hereditariedade é necessário saber distinguir entre hereditariedade especifica e individual.
- Hereditariedade específica: responsável pelos elementos biológicos que levam a pertencer a uma espécie, isto é, são todas as características que distinguem uma espécie de outra.
- Hereditariedade individual: responsável por todos os elementos transmitidos, que nos tornam únicos e diferentes de todos os outros da mesma espécie.
Falando mais especificamente agora da influência do meio na hereditariedade é, mais uma vez, necessário distinguir entre dois conceitos:
- Genótipo: são as características hereditárias puras, isto é, aquelas que herdamos dos pais e ainda não sofreram qualquer alteração ou influência do meio.
- Fenótipo: resulta da acção concertada de dois factores, a informação genética e a influência do meio.
Desde o início da vida no meio intra-uterino que o meio começa a actuar sobre o individuo. Determinadas atitudes da mãe no dia-a-dia podem ter consequências graves no individuo. A maturação é o conjunto de transformações fisiológicas que decorrem desde a fecundação até ao final do desenvolvimento do individuo, neste processo não está presente apenas o programa genético, o meio tem um papel vital em todo o processo. Existe uma grande interacção entre os aspectos genéticos e os factores do meio, mesmo no domínio biológico, sendo ainda mais complexo no domínio psicológico.
Após o nascimento a criança esta apta a desenvolver características, que físicas quer psicológicas, desde que o meio estimule as características cuja informação está contida no património genético. A hereditariedade proporciona potencialidades que precisam de um meio estimulante para se desenvolver.
A hereditariedade e o meio não são realidades independentes, são dois pólos de uma realidade - o individuo - que interagem determinando o desenvolvimento orgânico, psicomotor, da inteligência, entre outros.